Para o bem do futebol, especialmente o sul-americano, a Copa América acabou. Enfim. Eu não aguentava mais aturar Paraguais, Venezuelas, Perus, Bolívias e afins batendo (na) bola em pastos pessimamente disfarçados de tapetes, com direito a apagões nos estádios e hinos esquecidos e não executados.
Felizmente, ainda para o bem do futebol sul-americano (ou do pouco que restou dele), não vimos a Venezuela chegar à sua primeira finalíssima, nem o Paraguai dos cinco empates e nenhuma vitória levar o caneco. Seria o fundo do poço. A prova irrefutável da mediocridade da competição.
Bom também que Argentina e Brasil não enganaram seus torcedores. Mostraram que só de estrelas não se faz um time. Que um Messi – sem Xavis e Iniestas – faz apenas primaveras. Que Neymar, Ganso, Pato e outros bichos precisam de (muito) mais tempo e menos topete para sonhar com lugar cativo no Olimpo da Seleção.
O melhor desta Copa América, contudo, foi ver o Uruguai, dezesseis anos depois, outra vez no topo do continente. Prêmio para uma geração de jogadores que já havia feito bonito no Mundial da África do Sul, em 2010, quando conquistou um inesperado mas merecidíssimo quarto lugar.
Liderada por Diego Forlán e Luis Suárez no ataque e por Diego Lugano na defesa, a Celeste fez um time de verdade, que, mesmo não sendo brilhante, foi capaz de finalmente ratificar o ótimo momento do futebol uruguaio, vice-campeão da Taça Libertadores com o Peñarol e da Copa do Mundo Sub-17, realizada há algumas semanas no México.
Os três a zero sobre os até então "invencíveis" paraguaios, na decisão, foram incontestáveis. Uma vitória monumental. Como já tinha sido monumental – e, por que não dizer, épica – a vitória nos pênaltis contra a Argentina, nas quartas de final. Ambos sucessos dignos de uma seleção que tem demonstrado, nos últimos anos, aquele aguerrido desejo de ser novamente protagonista dos torneios que disputa.
O Sol de Maio voltou a brilhar.